Setúbal, 02 de Maio de 2025
Na sexta-feira, dia 02 de maio, a
Escola Básica Barbosa du Bocage, em Setúbal, foi palco de uma manhã repleta de
harmonia e interculturalidade. Nove músicos da Banda Filarmónica da AMUT
visitaram o estabelecimento de ensino a convite das mediadoras linguísticas e
culturais do Agrupamento de Escolas Barbosa du Bocage, numa iniciativa que
combinou a aprendizagem da língua portuguesa com a riqueza da tradição musical
nacional.
A música como ponte entre culturas
A atividade, organizada em
colaboração com a Escola de Música da AMUT, teve como objetivo facilitar o
ensino do português a alunos estrangeiros recém-chegados a Portugal,
provenientes de países como Afeganistão, Rússia, Bielorússia, Ucrânia,
Marrocos, Nepal e Bangladesh. Maria Leonor Mobilha, música da Filarmónica da
AMUT e mediadora cultural no agrupamento, idealizou o evento para que os
estudantes pudessem associar os nomes dos instrumentos à sua sonoridade e
forma, tornando a aprendizagem mais dinâmica e memorável.
"Quisemos mostrar que a música
é uma linguagem universal, capaz de ultrapassar barreiras", explicou Maria
Leonor. "Muitos destes alunos nunca tiveram contacto com estes
instrumentos musicais, tão comuns nas nossas bandas filarmónicas. Foi uma forma
de lhes apresentar uma parte importante da cultura portuguesa."
Uma manhã de descobertas e alegria
Os jovens tiveram a oportunidade de
observar, tocar e experimentar os instrumentos, sob a orientação dos músicos da
AMUT, que partilharam não só conhecimentos técnicos, mas também o papel das
filarmónicas nas comunidades portuguesas. O entusiasmo foi contagiante, com
sorrisos e olhares curiosos a marcar a interação entre os alunos e os artistas.
Jorge Maltez, diretor da Escola de
Música da AMUT, e o professor Samuel Sequeira, coordenador da mesma, destacaram
a importância de iniciativas como esta. "A música é uma ferramenta
poderosa de inclusão. Ver estes jovens, de origens tão distintas, a rirem e a
aprenderem em conjunto é a prova de que a arte nos une", afirmou Maltez.
Um legado que perdura
As bandas filarmónicas são uma
tradição secular em Portugal, com um papel fundamental na vida cultural de
muitas localidades. Levar este património às escolas, especialmente a alunos
que estão a adaptar-se a um novo país, é uma forma de enriquecer a sua integração
e de lhes mostrar as diferentes facetas da identidade portuguesa.
A música, mais uma vez, provou que
não precisa de tradução – basta sentir. E, para muitos daqueles alunos, esta
foi uma lição que dificilmente esquecerão.